domingo, 3 de abril de 2011

“BONZINHO” DE PLANTÃO: NEGLIGENCIANDO SUA PRÓPRIA VIDA

Como bem disse a psicóloga Mara Lúcia Madureira, o papel de bonzinho é uma estratégia inconsciente para aliviar sentimentos negativos, resultantes da crença pessoal de que são pessoas más, indignas ou incapazes.
É impressionante como lidamos com “o bonzinho” em nosso cotidiano. Tem o bonzinho premeditado, o hipócrita, mas não consegue enganar a todos o tempo todo, faz de tudo para parecer algo que não é, por interesse, por carência. Outro tipo de bonzinho é o caso mencionado pela psicóloga, o sem maldade que não consegue perceber que tentando ser angelical, divino, prestativo, pronto para ajudar e a socorrer o mundo, carrega e vivencia os problemas dos outros e junto com esse peso vai se matando, muitas vezes para não olhar para si mesmo. Da a impressão que carregam uma culpa tão grande internamente que precisam fazer “caridade” o tempo todo como se isso fosse “pagar” ou diminuir a culpa que sentem.
Nenhum ser humano é tão santo ou tão demônio e claro que aqui no texto não estou questionando atos de bondade ou maldade, mas falando do caso do bonzinho mascarado, seja de forma consciente ou não.
Esses “capachos” da sociedade são mais aceitos, servem mais aos interesses dos demais, uma pessoa que se coloca, se posiciona, emite sua opinião, que sabe dizer não, ser critico, nem sempre é tão bem aceita, até para ser verdadeiro com o semelhante ás vezes é difícil.
Muito se fala em busca da essência, creio que isso seja simplesmente agir de acordo com o que você realmente acredita, trazendo toda a bagagem adquirida durante os anos vividos e ser honesto consigo mesmo, não influenciado por ditaduras de moda, de comportamento, entre tantas outras. É de certa forma fechar todos os sentidos por um breve momento, esquecer do mundo e sentir-se tremendamente sozinho e dessa solidão aparente trazer sentimentos e verdades que nos pertencem e não aquelas a que somos condicionados. Mais importante do que apenas obedecer a regras sociais e morais, as quais são importantes para vivermos em sociedade, são as suas próprias verdades, se é que elas existem, seus desejos verdadeiros, aquilo que te motiva e te dá tesão é o que realmente importa. Como dizem os poetas e sentimentalistas, desejos da alma. Somos todos bons e maus, anjos e demônios.

Alexandre Malosti

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