domingo, 4 de setembro de 2011

LOBO SOLITÁRIO

Guará raro
Lobo solitário
Não vive em matilha
Matilha só de poetas

Patas sobre o asfalto
Vagam perdidas pela noite
Caos urbano, selva de pedras

Noite iluminada não pela lua cheia
Mas pela luz fria, faróis e letreiros de bares
Estranho cenário para um lobo solitário

Invadiu a cidade que invade seu habitat
Busca insana para saciar sua fome
Seduzido por restos de humanos
Escassez de presas naturais

Território perdido entre arranha céus
Direção cega, andarilho sobre rodas
Lobo, carro e animal “racional”
Encontro soturno e mortal

Golpe fatal!

Celulares e câmeras digitais
Satisfazem a curiosidade dos outros animais
Lembranças do Guará solitário
Estampadas em paginas dos jornais

O guará que já era raro, agora é raro demais
Vivo apenas na poesia
Escrita por um membro da matilha
Matilha de poetas
Guará raro
Poeta solitário

Alexandre Malosti

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