Estou participando novamente da Oficina Cultural sobre
Gestão de Projetos Culturais em Taubaté. O evento está acontecendo no Centro
Cultural, embora não tenha visto novidades no que foi abordado, foi
interessante ver novas pessoas a procura de qualificação e entendimento da área
e desvendar esse complexo e fechado mercado.
Tenho percebido nesse curto período que me envolvi com ações
culturais, que temos muitos artistas talentosos em nossa cidade e quase nenhuma
política pública que fomente a cultura e incentive o trabalho desses
guerreiros. Guerreiros que vão sozinhos para o campo de batalha exercer sua
arte. Poucos conseguem apoios, a maioria investe e paga para divulgar seu
trabalho. E não é por falta de talento ou trabalhos de qualidade.
Vejo meia dúzia de gestores tentando atuar na cidade, não
sinto ainda a aproximação necessária entre artistas e gestores culturais. O
descrédito na cultura é tão grande que os artistas, em sua maioria não procuram
esses recursos ou não acreditam em parcerias que possam viabilizar seus
trabalhos.
Nossa região é extremamente rica em manifestações culturais,
estamos no eixo Rio - São Paulo, mas o poder público parece não enxergar a
situação e a possibilidade de fomentar e investir nesse mercado, que pode ser
lucrativo para a própria cidade.
Um dado positivo, é que muitas pessoas estão buscando conhecimento
e desejando trabalhar com a cultura apesar da descrença e da dificuldade em
obter recursos que viabilizem projetos. A crença de que artista não pode ser
empreendedor também começa a ser questionada, eu particularmente acredito sim
que possa haver um equilíbrio entre a posição do artista em relação ao seu
fazer artístico e de como levar isso ao seu público.
Espero que o novo poder a ser eleito, trate a cultura de
nossa cidade com mais respeito e seriedade, somado aos gestores já que atuam e
aos novos gestores que estão surgindo, muito pode ser feito pelos artistas e
pela arte regional.
Espero também que haja uma maior aproximação entre gestores/produtores
culturais e os artistas, todos têm a ganhar.
E fica a pergunta:
Onde estão os gestores culturais de nossa cidade?
Alexandre Malosti
2 comentários:
Pois é meu amigo, nada de novo!
Fiz minha inscrição e tive que cancelar por motivo de trabalho em SP, mas desde aquele momento, percebi que a procura estava pequena...
Pensei comigo “acho que vai ter pouca procura”.
Pelo seu relato, “dito e feito”.
Como disse, nada de novo!
Onde estão os que mais reclamam da falta de oportunidades e capacitação? Onde estão os que batem no peito na Câmara? Onde estão os que reivindicam aqui pelo face?
Trocar as experiências com o Pane é bastante produtivo. Com isso constatamos algo que não é novo, e que tenho dito há algum tempo: do discurso à levantar o bumbum da cadeira, têm uma enorme distância.
Mais do que artista e/ou produtor, é preciso ser ativista.
Vila
Verdade Alexandre Vila, concordo que o que estamos precisando é de ativistas... mas que busquem profissionalizar a cultura na região.... que valorizem a cultura local, os artistas etc.... Esse discurso de não associar o fazer artistico ao mercado ou o sistema é balela... tem que estar associado sim... o artista precisa de dinheiro para viver... esse discurso ja me cansa.... Temos que nos organizar e fazer coisa séria.... Na Oficina do Pane, como vc disse sempre é bom discutir e trocar ideias com ele... ele sabe muito.. mas dessa vez não fiquei pois fui com a expectatvia de continuação do anterior e começou tudo a se repetir.... não fiquei até o final... Mas tinha umas 15 pessoas ....Poderia ter muito mais.... visto a demanda da cidade... Mas é isso, creio que esse ano avançamos muito nas discussões..... foi um ano produtivo.. agora e não deixar ficar so no discuro e conseguir realizar.. Abraços e obrigado pelo comentario
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