Perco-me na confusão, aprisionado em minha mente
Película acelerada passando imagens desordenadas
Psicose, ora sou eu, ora outro
Ora eu que não o eu que reconheço
Tento me conectar dentro da minha desconexão
Mãos imprimem através de letras embaralhadas
Junto todas de forma automática
Dedos não acompanham a rapidez do pensamento
Elaboração vulcânica expelindo ideias, impondo sensações
Catarse de emoções sem sons e de poucos movimentos
Pareço não dominar minha racionalidade
Parabólica captando sinais desconhecidos
Expurgando angústias, dúvidas e dores
Movimentos de olhos para cima
Abrem passagem para o inconsciente
Fragmentos, pedaços, nada é linear
Volto, leio, releio, busco sentidos
Desconectado da rotina, conectado ao vazio
Vazio cheio de linguagens
Rendido e inspirado por minhas experiências e as de outrem
Desprendido de significado
Sem nome, sem título
Frases confusas
Espaços vazios entre as palavras
Segredos
O escrito não dito
Lacunas ricas para interpretação
Alexandre Malosti
4 comentários:
Instigante esse texto, Alexandre. Muito instigante. Grande abraço.
Valeu Marcio.. muito obrigado....
Salve Alexandre!
Seu texto me lembrou, nas lacunas, algo de Fernando Pessoa, em especial Álvaro de Campos.
Gostei muito deste verso: Vazio cheio de linguagens...
Não seria a linguagem, o vazio compassado, dissimulado, a doce ilusão, a matriz em que vivemos procurando pela nossa mulher de vermelho, nunca sonhada?
Um abraço.
Grande Rafael.... Concordo plenamente.... quando escrevi esse texto me senti num vazio f.d.p., algo que me sufocava.... acho que o desafio foi tentar me libertar da "linguagem"... dessas ilusões.... tentando ver no imperceptível.... Sufocamos muito de nós em detrimento da linguagem... existem outras "n" formas de sentir, de entender, de descobrir.... fora desse padrão... mas livrar-se por alguns segundo disso tudo é sofrido.... mas creio que esse exercício é fundamental para todos nós.... cair num vazio ... libertário.... Abraços grande Rafael.... Obrigado pelo comentário....
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